Resultado veio acima do esperado e representa uma alta de 45% na comparação com o 1º trimestre. Na comparação com o 2º trimestre do ano passado, lucro foi quase 32 vezes maior.
Petrobras registrou lucro líquido de R$ 10,072 bilhões no 2º trimestre de 2018, segundo balanço divulgado nesta sexta-feira (3). O resultado representa uma alta de 45% na comparação com o 1º trimestre, quando o lucro foi de R$ 6,961 bilhões, e é quase 32 vezes maior que o observado no 2º trimestre de 2017 (R$ 316 milhões).
Trata-se do melhor resultado trimestral nominal desde o 2º trimestre de 2011 (R$ 10,942 bilhões), segundo dados da Economatica.
O resultado foi favorecido pelo aumento das receitas com venda de combustíveis no mercado interno e pelos crescentes preços do petróleo no período entre abril e junho, que chegaram a romper a barreira dos US$ 80.
Analistas consultados pelo jornal “Valor Econômico” projetavam um lucro de R$ 6,5 bilhões. Na véspera, as ações da Petrobras fecharam em alta, acompanhando o avanço dos preços do petróleo no cenário internacional. Petrobras ON subiu 1,68%, a R$ 22,44, enquanto a Petrobras PN teve alta de 2%, a R$ 20,41.
No 1º trimestre, a estatal tinha registrado prejuízo líquido de R$ 6,9 bilhões, até então o maior lucro desde 2013, que levou a companhia a fazer a primeira distribuição de dividendos para acionistas em 4 anos.
No consolidado de 2017, a Petrobras teve prejuízo líquido de R$ 446 milhões, acumulando 4 anos consecutivos de perdas.
Subsídios ao diesel e novo presidente
Trata-se do primeiro balanço da estatal sob o comando de Ivan Monteiro, que assumiu a presidência da Petrobras após a renúncia de Pedro Parente.
Os resultados do segundo trimestre chegam 2 meses depois que as paralisações nacionais de caminhoneiros contra a política de reajustes da Petrobras e a alta dos preços do diesel resultaram em subsídio nas vendas do combustível da petroleira e de outras companhias dos setor. O movimento reanimou preocupações sobre novas intervenções políticas e levou à renúncia de Parente.
No meio dos protestos, antes mesmo de o governo anunciar o programa de subsídios, a Petrobras reduziu em 10% os preços do diesel, mantendo o valor nas refinarias por 15 dias, estimando uma perda de R$ 350 milhões em receita.