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Especial: Segurança acima de tudo |
Hamburg Süd investe no departamento de transporte de produtos perigosos de acordo com as normas internacionais
Navio Monte Rosa navega pelo Oceano Atlântico com produtos perigosos |
O crescente número de incidentes envolvendo produtos perigosos, fez com que as empresas que operam no comércio internacional adotem novas medidas de segurança no transporte. Uma das medidas é se adequar à legislação que rege o transporte de produtos perigosos. São nove classes de cargas perigosas: explosivos, gases, líquidos inflamáveis, sólidos (substâncias com reações espontâneas), peróxidos, tóxicos, radioativos, corrosivos e outros diversos.
A Hamburg Süd é uma das poucas empresas do setor marítimo que contam com um departamento dedicado ao transporte de produtos perigosos. Quem está à frente dessa divisão no Brasil é Axel Ricardo Bauer. O executivo, formado em Engenharia Naval e Oceânica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, tem mais de dez anos de atuação no setor marítimo.
Segundo Bauer, o Brasil está cada vez mais se conscientizando em relação ao transporte de produtos perigosos, vide a recente publicação da Resolução 420 da ANTT, que regulamenta o transporte rodoviário de produtos perigosos no País. No modal marítimo, vigora o Código da Organização Marítima Internacional (IMO) para Transporte de Produtos Perigosos (IMDG Code). “Vários fatores, inerentes e influentes, agem durante o transporte. Para aumentar a segurança, ou seja, minimizar a probabilidade de que ocorram falhas, danos e acidentes, temos que seguir as normas de segurança”, afirma. O transporte é feito em contêineres. Os produtos são devidamente embalados em caixas especiais, tanques de segurança, etc.
Para prevenir acidentes, a Hamburg Süd atua estreitamente junto ao cliente, evitando, assim, colocar vidas humanas em risco, causar danos ao meio ambiente e avarias a bens próprios ou alheios, incluindo todas as cargas a bordo bem como o próprio navio. “Ao programar o embarque de produtos perigosos deve-se levar em consideração a magnitude das forças e acelerações envolvidas no transporte marítimo. Temos que estar preparados para o pior caso, mesmo tendo no modal marítimo um baixo índice de acidentes”, explica Bauer.
“Tudo que é transportado em nossos navios ou contêineres é devidamente analisado. Quem embarca tem obrigações a cumprir com relação à carga. O embarcador é responsável civil, administrativa e criminalmente perante a lei, aplicando-se a responsabilidade civil objetiva, ou seja, independentemente da existência de culpa”, afirma o executivo. “Todas as vítimas de um evento se equiparam aos consumidores. A lei também prevê que o importador assume em território brasileiro, as obrigações e responsabilidades do fabricante. Diversas vezes os nossos clientes nos vêem como muito rigorosos, porém tudo que pedimos é o cumprimento das leis e normas, nada mais. Nossa preocupação se resume em propiciar segurança no transporte, resguardando a integridade do produto movimentado e a imagem da empresa”, diz.
Contêineres da Hamburg Süd têm armazenagem especial
De acordo com o executivo, o armador tem o direito e o dever de recusar produtos perigosos para embarque, caso estes não estejam de acordo com as provisões do Código da Organização Marítima Internacional.
Parceria
Por não existir no mercado nacional um treinamento sobre o uso e aplicação do IMDG Code, a Hamburg Süd fechou uma parceria com a Concepta, empresa especializada no desenvolvimento e teste de embalagens, serviços e treinamento no transporte de produtos perigosos, com o objetivo de disponibilizar aos seus clientes um curso sobre o transporte marítimo de produtos perigosos embalados.
Para Axel Ricardo Bauer, a parceria se justifica. “A escolha da Concepta ocorreu em razão de serem distribuidores oficiais da IMO no Brasil e especialistas no setor de embalagens, com laboratório de ensaio próprio e grande know how no segmento”, explica o executivo da Hamburg Süd.
Ainda de acordo com o executivo, esclarecer as dúvidas sobre como se deve proceder ao oferecer um produto perigoso para embarque, a documentação necessária, a correta identificação da carga e do contêiner, os critérios e requisitos das embalagens e os aspectos operacionais envolvidos são alguns dos pontos que serão trabalhados no treinamento.
Para Sérgio Couto, diretor da Concepta, a Hamburg Süd tem no mercado uma participação importante na área de transporte de produtos perigosos. “Atualmente, existe uma carência de treinamento nesse setor e a parceria vai preencher essa lacuna. É o primeiro trabalho da Concepta na área marítima, uma exclusividade no trabalho de fortalecimento para suprir em 100% as necessidades do mercado”, afirma. “Nossa preocupação maior é que os embarques brasileiros cheguem em boas condições nos portos internacionais. Com a parceria, mostraremos aos clientes a importância em se cumprir com as normas vigentes”, completa Couto.
Movimentação de cargas
Compreendendo todos os portos brasileiros, além dos portos de Buenos Aires e Montevidéu, o percentual de transporte de produtos perigosos realizado pela Hamburg Süd e Aliança Navegação e Logística na América do Sul e Costa Leste gira em torno de 6% em relação ao total de contêineres movimentados. Em números, são aproximadamente 28 mil contêineres por ano.
Embarque de contêineres no Porto de Santos
No serviço de cabotagem, esta relação é de mais ou menos 3%. Juntando todos os serviços de longo curso, o volume equivale a cerca de 7%. “Na importação temos por volta de 13% e na exportação por volta de 4%, ou seja, importamos 3,5 vezes mais produtos perigosos do que exportamos”, diz Axel Ricardo Bauer. Segundo o executivo, percentualmente, o volume de contêineres com produtos perigosos embarcados não é muito grande. Porém, ao se analisar as perdas e danos que um acidente pode causar, fica claro o quanto é importante realizar o transporte com segurança. Entre os maiores portos de embarque de produtos perigosos estão Santos (59%), Buenos Aires (13%) e Salvador (9%). Já os terminais portuários de descarga com maior relevância são Santos (43%), Buenos Aires (24%) e Sepetiba (RJ) (7%).
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