Evento organizado pelo Celex reuniu sete universidades paulistas
Nos dias 21 e 22 de outubro, aconteceu em São Paulo o 2º Encontro Universitário Comex e RI, promovido pelo Celex (Centro Logístico de Exportação). O tema central dos seminários foi sobre os países com economias emergentes, conhecidos como BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China). Durante os dois dias do encontro, aconteceram alguns eventos paralelos, como a apresentação de autores de livros didáticos, feira de livros e exposição de empresas da área de comércio exterior. Esse ano, sete universidade participaram do encontro: FMU, Metodista, Trevisan, PUC-SP, Belas Artes, Mackenzie e UNIP.
Diferente da primeira edição, o 2º encontro aconteceu em dois dias, no horário das 18h às 22h. No primeiro dia aconteceram os seminários: ?O Papel da China no Contexto BRIC? e ?O Papel da Rússia no Contexto BRIC?. No segundo dia aconteceu a palestra magna ?O Papel do Brasil no Contexto BRIC ? Desafios e Oportunidades?, apresentada por Marcos Troyjo, da Gazeta Mercantil.
Na palestra magna, Marcos Troyjo explicou as semelhanças entre os países do BRIC. Ele disse que são países com grandes territórios, grande população e economia significativa, mas que ?os países do BRIC não compõem um bloco econômico e têm muitas diferenças políticas?, explicou Troyjo.
Ele apresentou números da economia dos países e afirmou que apesar da crise mundial e ameaça da recessão, os Estados Unidos ainda vão ser a grande potência econômica do mundo nos próximos 30 anos, devido a grande produção de ciência e de inovação tecnológica, que é indicada pelo enorme número de registro de patentes internacionais anualmente, bastante superior aos outros países.
Autores
Outra novidade do encontro desse ano foi o convite para a participação de autores de livros sobre comércio exterior e relações internacionais. Entre os escritores, estava Rodrigo Ruiz, autor do livro ?Logística de Exportação?, publicado pela Editora Trevisan. Ruiz conversou com os estudantes e explicou a diferença entre o profissional de Comércio Exterior e de Relações Internacionais. Segundo ele, a área de Comércio Exterior é 100% técnica e inclui a parte de transporte de carga, seguros, etc.. Já o profissional de Relações Internacionais atua nos negócios do mercado global, na área de vendas e visitas aos clientes.
Rodrigo Ruiz é chileno e tem grande experiência em negócios nos países da América Latina. Para os estudantes, ele deu alguns exemplos sobre as peculiaridades nos relacionamentos nos países da América Latina. ?No Paraguai as conversas duram um dia inteiro. O chileno é cerimonioso. O venezuelano nunca diz não, mesmo que seja mentira e não vá fazer negócios (porque as pessoas acham que é falta de educação dizer não e alguns paulistas também são assim). No Peru e no Equador eles conversam pouco e são bastante desconfiados. No México, também são cerimoniosos, os homens são machões e as mulheres usam roupas e maquiagem extravagantes, chocantes. No Caribe, na República Dominicana, o nativo é do tipo carioca, alegre. O problema de Honduras, El Salvador, Guatemala e Nicarágua, é a pobreza e os seqüestros de estrangeiros na saída do aeroporto. O lugar ideal para fechar negócios é o Panamá?, contou Ruiz.
Já o autor Paulo Roberto Bertaglia, que escreveu o livro ?Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento?, editado pela Saraiva, falou sobre o mercado brasileiro de livros específicos sobre o tema. ?Em minha opinião, o Brasil tem se desenvolvido muito nessa área logística, que vem demandando bastante profissionais e com isso estão surgindo muitos cursos de logística, com foco bastante centralizado. E estão surgindo vários bons autores. Isso começa a gerar uma demanda de livros. Existe um amadurecimento desse mercado, mais propício para os profissionais. Hoje o profissional começa a atuar no contexto da cadeia e não somente no foco do transporte, que é mais vinculado à parte logística?, disse Bertaglia.