Vento Negro
Contam os velhos fazendeiros japoneses que, muito raramente, nos arrozais do país, vindo do sul, sopra um ?vento negro?, singular e fascinante, porém inexplicável e efêmero. Toda ocasião em que o fato ocorre, a colheita é fenomenal.
Nos nossos dias, os céus do Brasil também se agitam com algo tão admirável. Poucas vezes tantas oportunidades surgiram para um segmento quanto as relevantes ao comércio exterior e toda sua cadeia prestadora de serviços.
Os esforços aplicados na política econômica brasileira representam a vontade do atual governo em manter o crescimento das exportações e a conquista de novos parceiros comerciais em terras estrangeiras.
Esse não é um ânimo isolado de alguns setores públicos, mas um empenho conjunto e coordenado de instituições intervenientes, conscientes de sua participação e influência nas variadas etapas da negociação internacional. Esses órgãos perceberam a necessidade em modernizar seus procedimentos para se encaixarem na dinâmica internacional de produção e escoamento.
Porém, é imprescindível a atenção e o conhecimento dos caminhos e sacrifícios que tais políticas levam ao país. Ou estaremos fadados ao destino dos habitantes do Estado descrito na segunda parte do Fausto de Goethe, que iludidos pelo demoníaco Mefistófeles, mergulharam sua nação no caos econômico.
De qualquer maneira, este é o momento perfeito para os jogadores do trade. ?Quem ousa, vence? , dizia a British Special Air Service durante a Segunda Guerra Mundial.
É impossível congelar o ar e menos provável agarrar com as mão o vento, que tão suavemente escapa pelos dedos, mas podemos içar velas e navegar por um mar tranqüilo ou conturbado, para, quem sabe, ancorarmos em uma terra prometida.
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